Economia Circular nas empresas: uma visão prática

Evoluir para um modelo circular de reaproveitamento de resíduos é uma necessidade urgente em todo o mundo. Empresas desempenham um papel importante para atingirmos esse objetivo, mas também enfrentam uma série de desafios no dia a dia

Você já sabe como é possível aplicar o conceito de Economia Circular nas empresas? Sabe como isso funciona na prática? 

Os benefícios da aplicação da economia circular nas empresas são inúmeros. E eles extrapolam os aspectos ambientais e sociais, agregando também ganhos financeiros para a economia e as empresas. 

→ Saiba mais: Economia Circular: o caminho para um mundo mais vivo.

Basicamente, o caminho de transformação, em escala global e local, ainda é longo e cheio de desafios, que exigem mudanças sistemáticas — na forma como pensamos e, principalmente, como produzimos, consumimos e descartamos.

Empresas têm papel fundamental nesse processo de transformação: de linear para circular. Em especial as grandes geradoras de resíduos. 

Mais do que isso, elas podem se beneficiar desse movimento. Não só pela contribuição com a sustentabilidade do mercado e o aquecimento da economia, como pela otimização de seus processos internos, a redução nos custos com matérias-primas e gestão de resíduos, o fortalecimento de sua marca, dentre outros. 

Mas, como transformar tudo isso em realidade? É o que propomos ao longo deste artigo. Continue lendo para entender!

Ferramentas e metodologias para a Economia Circular nas empresas

O conceito de Economia Circular foi desenvolvido com base em diversas escolas de pensamento sustentável e utiliza uma série de ferramentas para viabilizar sua aplicação. A seguir, conheça as principais e saiba como aplicá-las ao dia a dia da operação.

3R

O conceito base para se implementar uma boa gestão de resíduos, diretamente alinhado com a sustentabilidade são os 3Rs, que propõem:

  • a redução no consumo de recursos naturais e produtos e consequente geração de resíduos; 
  • a reutilização de um produto até o seu fim de vida ou incorporá-lo na criação de um novo produto; 
  • e a reciclagem como opção de transformar resíduos em matéria-prima ou produto. 

Aplicar os 3R na operação envolve a revisão dos fluxos internos da empresa. Isso com o objetivo de identificar e implementar mudanças que garantam aumento nos índices de redução, reutilização e reciclagem de resíduos. 

Outros fatores-críticos para o sucesso dos 3Rs são a conscientização e o engajamento do público interno. Público este que que participa direta ou indiretamente dos processos, e um processo eficaz de monitoramento e melhorias constantes.

Algumas linhas de estudo evoluem o conceito dos 3Rs para agregar outras etapas, que torna o ciclo como um todo ainda mais limpo. 

Um exemplo é a proposta dos 5R, que coloca no início do processo as etapas de “Repensar” e “Recusar”. 

Outro modelo, proposto na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), traz os 3R incorporados a um fluxo que tem a não-geração como primeiro passo e o tratamento do resíduo antes de descartá-lo.

Logística reversa

Instrumento com papel importante na PNRS, está ligado à reinserção dos resíduos no ciclo produtivo, através de remanufatura e reciclagem. 

A logística reversa é uma ferramenta que coloca sobre os fabricantes a responsabilidade pela reutilização, reciclagem, tratamento e/ou descarte adequado de embalagens, mas não depende exclusivamente das empresas.

O processo de logística reversa depende do engajamento do governo, da iniciativa privada e da sociedade civil. Cada ator desempenha um papel importante no processo:

Para aplicação da logística reversa, conscientização é fator-chave, já que as etapas no processo são interdependentes. 

Isso aumenta a responsabilidade da iniciativa privada, que precisa contribuir para o engajamento dos consumidores e para a disseminação de práticas mais sustentáveis, uma vez que depende disso para fazer sua parte no processo.

Cradle-to-Cradle

Em tradução literal, significa “do berço ao berço”. Trata sobre a criação de produtos, materiais, componentes, recursos e processos industriais cíclicos, que retroalimentam o sistema e garantem aproveitamento contínuo de seu valor. 

No modelo, o resíduo deve se tornar um nutriente para o sistema, o que pode ocorrer de duas formas: como adubo, nos casos de materiais biodegradáveis; ou como matéria-prima, através da reutilização de todos os componentes de um produto.

A aplicação de sistemas cradle-to-cradle depende da substituição de matérias-primas e substâncias não benéficas para o sistema: é preciso adotar técnicas de design sustentável para reformulação de produtos e processos. 

Compensação ambiental

Diante da ineficiência nos serviços de coleta e também do baixo engajamento de consumidores com a separação, surgiu o mecanismo de compensação ambiental.

De acordo com a PNRS, empresas devem garantir a reciclagem de, no mínimo, 22% das embalagens que coloca no mercado. Através da compensação ambiental, a empresa não necessariamente precisa reciclar suas próprias embalagens, mas um montante equivalente do mesmo material. 

A legislação prevê um aumento progressivo no volume de comprovação exigido dos fabricantes, até chegarmos ao cenário ideal de 100%.

Existem iniciativas no mercado que oferecem às empresas caminhos alternativos para garantir o cumprimento da exigência legal. Um deles é o selo Eu Reciclo, por meio do qual as indústrias podem financiar a reciclagem do montante exigido, de acordo com seu volume de comercialização.

Upcycling

Diferentemente da reciclagem, que prevê o (re)processamento dos resíduos para transformá-lo em novas matérias-primas, no upcycling a palavra de ordem é reutilização. 

Trata-se de uma ferramenta importante, uma vez que a infraestrutura para reciclagem ainda está aquém da quantidade de resíduos que são gerados.

No modelo de upcycling, o descarte é evitado e o resíduo é transformado – em recurso, componente ou sub produto — e devolvido ao ciclo produtivo. É possível ver o conceito aplicado em diversas iniciativas relacionadas a economia criativa, design sustentável e até mesmo em instalações artísticas criadas a partir de resíduos.

Uma iniciativa na Argentina, traz um fantástico exemplo de economia circular, conscientização, mobilização, geração de emprego, renda, repensando o uso de plásticos descartáveis para produção de madeira ecológica para construção civil e afins. 

Sequestre seu plástico de uso único em uma garrafa PET e facilite o trabalho de cooperativas para garantir um destino adequado para esse problema:

Resíduos orgânicos por sua vez, compõem 50% dos resíduos gerados no Brasil, e em escala industrial, o processamento através de biodigestão é um exemplo eficaz de upcycling na prática: restos de comida, ao invés de serem descartados para aterros, podem ser transformados em efluente, utilizado em fertirrigação ou tratado para geração de água de reuso.

Entenda como funciona o Biodigestor

Como colocar em prática a Economia Circular nas empresas

Apesar do crescimento nas discussões sobre Economia Circular e a comprovação, através de diversos estudos e análises, de sua eficácia e urgência, o tema ainda é incipiente no Brasil. 

Segundo um estudo da Comissão Nacional da Indústria (CNI), 76% das empresas têm iniciativas relacionadas à economia circular, mas 70% não conhecem o conceito.

A implantação de um modelo circular nas empresas compreende diversas etapas importantes e tem como ativo mais valioso o conhecimento. Sobre o negócio, os resíduos gerados na empresa, as ferramentas disponíveis para otimizar processos internos, a legislação vigente e as formas de mensurar a efetividade destas iniciativas.

Etapas do processo

Aqui na Eco Circuito, assessoramos empresas no processo de transformação da operação em um organismo mais eficaz e sustentável. Nosso serviço se desenvolve através das seguintes etapas:

1. Diagnóstico

Conheça os resíduos e entenda como gerenciá-los:

O primeiro passo para uma gestão mais eficaz e sustentável de resíduos é perceber e conhecê-los em profundidade.

O objetivo do diagnóstico é caracterizar o perfil dos resíduos da empresa, seu potencial de rentabilidade de reciclagem e os custos operacionais com a destinação final para os aterros sanitários. 

A partir disso, é possível implantar as oportunidades de melhoria no processo e subsidiar a criação de um plano de gestão de resíduos que garanta a destinação correta, seja para uma indústria de reciclagem, doação e incentivo para as cooperativas regionais de catadores de resíduos ou com uso de tecnologias para processamento in-loco.

  • Mapeamento das fontes de geração de resíduos na empresa — classificação e identificação;
  • Identificação dos fluxos internos e externos de manejo de resíduos sólidos;
  • Estudo de gravimetria, para caracterizar o volume, o tipo e o peso dos resíduos gerados na empresa;
  • Documentação e atendimento a requisitos legais;
  • Mapeamento de equipamentos para acondicionamento, armazenamento e destinação final dos resíduos sólidos.

2. Planejamento

Criação de plano de gestão de resíduos customizado para a empresa.

Com base nos aprendizados da fase de diagnóstico, deve-se desenvolver um plano que se adeque à realidade da operação, com recomendações que abordam desde a não geração como a redução na geração dos resíduos, propondo alternativas modernas para a destinação correta e sustentável.

  • Alternativas para destinação final dos resíduos;
  • Avaliação de valorização econômica e rentabilidade dos resíduos recicláveis;
  • Equipamentos e tecnologia;
  • Equipe necessária e treinamentos;
  • Estrutura para implantação;
  • Recursos necessários para o projeto;
  • Indicadores de efetividade do plano (KPIs).

3. Implantação

Kickoff dos novos processos definidos de gestão de resíduos na empresa, instalação e setup de equipamentos necessários, treinamento das equipes envolvidas.

4. Gestão

Acompanhamento/monitoramento dos processos, com foco em melhoria contínua – aplicação da matriz PDCA para medição de qualidade e contingenciamento.

Ajuda especializada para implementar a Economia Circular nas empresas

Um processo de transformação operacional é complexo: envolve pessoas, atividades, fluxos internos e externos, conhecimento aprofundado e os resultados do negócio, que não podem ser impactados. 

Contar com a ajuda de especialistas em Economia Circular é um recurso que:

  • garante cobertura, embasamento e consistência do planejamento em todas as frentes;
  • conecta empresas às práticas de gestão de resíduos mais modernas e eficazes que estão disponíveis no mercado;
  • assegura cumprimento de aspectos legais e jurídicos ligados a resíduos;
  • antecipa resultados, por meio de estratégias mais assertivas de implantação;
  • oferece subsídios para monitoramento e melhoria constante do processo.

Que tal, nós lhe ajudamos a entender como é possível implementar a economia circular nas empresas? Quer saber mais sobre como funciona nosso serviço de Assessoria em Gestão de Resíduos? Clique aqui. 

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Eco Circuito e o Biodigestor ECO-PRO

Aqui na Eco Circuito o nosso propósito é transformar geradores de lixo em agentes ambientais.

Biodigestor ECO-PRO da Eco Circuto, com muita inovação para o mercado, realiza o descarte sustentável do resíduo orgânico em efluentes de forma automatizada e inteligente, com controle de procedência personalizada para reduzir o desperdício de alimentos em cozinhas profissionais, hoteis, hospitais, refeitórios industriais e outros.

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