Atentar para a sustentabilidade na operação não é apenas uma forma de endereçar as demandas do consumidor moderno. É, igualmente, o caminho para responder às necessidades do mercado financeiro. Isso porque a sustentabilidade é um fator cada vez mais importante na avaliação da reputação corporativa.
Os desastres naturais e ambientais são cada vez mais frequentes: queimadas e desmatamentos, enchentes, secas, rompimento de barragens, crateras, geadas fora de época. Quando originados ou impulsionados pela operação de qualquer empresa, esses desastres tendem a gerar um impacto negativo significativo nos seus resultados financeiros.
Ao longo das últimas décadas, o mercado financeiro cria índices e critérios para avaliar as empresas sob a ótica da sustentabilidade, com impacto direto na reputação corporativa. Esse parâmetro é usado principalmente quando falamos de investimentos a longo prazo.
Em 1999 foi lançado o Dow Jones Sustainability Index (DJSI) pela Bolsa de Nova York. Foi então o primeiro índice a levar a sustentabilidade como critério de avaliação das empresas na bolsa. Já em 2001, foi a vez de Londres lançar o FTSE4Good, seguido em 2003 pelo JSE em Joanesburgo. Em 2005 vimos, então, nascer no Brasil o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) do BM&FBOVESPA.
Este ano, essa tendência se intensifica graças ao tema do Fórum Econômico Mundial 2020: “Stakeholders por um mundo mais coeso e sustentável”.
Por que trabalhar a sustentabilidade nas empresas?
Contudo, a resposta do mercado financeiro não é uma questão de filantropia ou generosidade, e sim da mais pura matemática. Sobretudo porque as empresas que olham para a sustentabilidade das suas operações acabam mitigando riscos, gerando economia e promovendo a imagem institucional. Evitam, assim, que os acionistas se vejam frente a contratempos financeiros e crises de imagem.
Os fundos e gestores de investimento levam cada vez mais em conta a sustentabilidade na análise das carteiras. Acima de tudo, porque reconhecem que o risco climático é um risco de investimento:
“Veremos uma reavaliação profunda do risco e do valor dos ativos. Estamos à beira de uma significativa realocação de capital”, disse Larry Fink, presidente da gestora BlackRock em entrevista ao Valor Investe.
O que o mercado já percebeu é que operações que miram apenas em maximizar o retorno financeiro a curto prazo acabam por fim prejudicando a sociedade. E eventualmente, como um ciclo vicioso, isso retorna para a empresa em forma de perda de valor de mercado.
Segundo Fink, “em última análise o propósito [de trabalhar a sustentabilidade] é o motor da rentabilidade a longo prazo”. De fato, um estudo da A.T. Kearney, uma das maiores empresas de consultoria do mundo, sobre a crise de 2008 nos Estados Unidos concluiu que, nos meses mais intensos da crise, as empresas seriamente comprometidas com a sustentabilidade tiveram um desempenho superior à média do mercado (Mahler, et al. 2009).
Hoje em dia, as questões socioambientais e de governança corporativa (critérios ESG – Environmental Social Governance) fazem parte do processo de análise de investimentos e gestão das carteiras. Sobretudo, são os princípios que norteiam o Investimento Responsável, que visa destacar os riscos e oportunidades de determinada empresa ou segmento.
O Investimento Responsável teve seu boom a partir de 2006, quando foram criados os Princípios para o Investimento Responsável (Principles for Responsible Investment – PRI). Com o intuito de trazer a sustentabilidade para a pauta do mercado de investimentos, foi desenvolvido pela ONU em parceria com investidores institucionais privados.
Conheça os Critérios ESG
E– Environmental (Ambiental):
Eficiência energética, gestão de resíduos, emissão de CO2 etc.
S – Social:
Ambiente de trabalho, direitos dos funcionários, segurança no trabalho, diversidade, relacionamento com a comunidade etc.
G – Governance (Governança):
Políticas e práticas culturais da empresa, diversidade no conselho e board, metodologia de contabilidade, políticas anticorrupção, contra o assédio etc.
E como você já deve saber, os acionistas não são os únicos stakeholders interessados em operações sustentáveis. As novas gerações priorizam a responsabilidade e impacto social em todos os aspectos da sua vida. Tanto do ponto de vista de força de trabalho, já que 75% dos Millennials topariam um salário menor para trabalhar em uma empresa socialmente responsável, quanto do ponto de vista de consumidor, pois 73% desse público pagariam mais por produtos ou soluções sustentáveis. Ou seja, trabalhar a sustentabilidade tem um potencial altíssimo de geração de valor para o negócio, influindo na reputação corporativa.
Como se adequar a essa realidade?
Primeiro, é preciso saber que, num primeiro momento, não é necessário investir recursos financeiros: há iniciativas comportamentais como identificar o desperdício e otimizar o uso dos recursos, administrar melhor o estoque e incentivar o comportamento cultural da empresa para práticas sustentáveis.
A ideia por trás da sustentabilidade é preservar os níveis de capital humano e natural ao longo do tempo, dissociando o crescimento econômico do modelo linear de produção e diminuindo o impacto negativo da operação na sociedade e na natureza.
Ao trabalhar a sustentabilidade na sua empresa, vale saber (você logo vai perceber) que esse é um campo onde não existe destino final, linha de chegada ou objetivo único. É uma jornada que pode evoluir e ser ampliada dia a dia, a melhoria contínua. Por isso, uma boa ideia é começar aos poucos, escolhendo um campo por vez para iniciar um projeto.
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Indicação de leitura
Para se aprofundar no tema, vale ler o ebook Sustentabilidade nas Empresas – Como começar, quem envolver e o que priorizar, pelo projeto Novo Valor, da BM&FBOVESPA.
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