Entenda o passo a passo para a elaboração de um PGRS em empresas

O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos é um dos instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). O documento, que é obrigatório para empresas que geram resíduos na operação, prevê o estabelecimento de metas específicas voltadas para redução no volume produzido e descarte adequado de cada tipo de resíduo. Você sabe como elaborar o documento?

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) tem o objetivo de instituir, no país, a gestão integrada de resíduos sólidos – residenciais, empresariais, industriais e, inclusive, os chamados resíduos perigosos. Criada em 2010, a lei estabelece 19 instrumentos obrigatórios para sua aplicação, dentre os quais se destaca o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS).

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O que é o PGRS?
O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos é um documento que comprova a capacidade da empresa para gerir, de forma adequada, os resíduos que gera, estabelecendo metas e ações específicas que direcionem a operação para esse objetivo. O plano deve contemplar todas as etapas da cadeia produtiva, atuando desde a (não) geração, até a destinação correta de cada tipo de resíduo.

A elaboração e implementação de um PGRS é obrigatória para todas as empresas que geram resíduos na operação. Têm crescido as medidas de controle e fiscalização, assim como os casos em que o licenciamento ambiental da empresa é atrelado à apresentação do plano e comprovação de sua efetividade – um exemplo é a CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) que condiciona a renovação de sua licença à comprovação do processo de logística reversa.

Além de garantir o enquadramento da empresa à legislação, a elaboração de um PGRS assegura o controle dos processos produtivos, de forma a gerar o mínimo impacto possível ao meio ambiente. Mais do que isso: se elaborado, executado e monitorado de forma consistente, torna-se ferramenta importante para redução de custos, otimização da operação e ganhos institucionais.

Quais empresas são obrigadas a elaborar o PGRS?

Tipo de geradorExemplos de empresas
Geradores de resíduos dos serviços públicos de saneamento básico (exceto resíduos urbanos domiciliares e de limpeza urbana – varrição, limpeza de logradouros e vias públicas).Tratamento de água e esgotos
Drenagem de água pluvialPrefeituras que prestam serviço por conta
Geradores de resíduos industriais (todos os tipos).Alimentos
Automobilística
Equipamentos eletrônicos
Farmacêuticos
Etc.
Geradores de resíduos de serviços de saúdeHospitais
ClínicasConsultóriosIndústria farmacêutica
Geradores de resíduos da construção civilConstrutoras
Incorporadoras
Reformas e reparos
Demolição
Preparação e escavação de terrenos
Geradores de resíduos perigosos ou que, apesar de não serem classificados como perigosos, não se enquadram na categoria de resíduos domiciliares em função de sua natureza, composição ou volume.Indústrias químicas
Grandes geradores de resíduos sólidos
Geradores de resíduos de serviços de transporteNáutico
Aéreo
Rodoviário
Férreo
Fronteiras
Geradores de resíduos de atividades agropecuárias e silviculturasFrigoríficos
Matadouros
Abatedouros
Açougues
Processamento de produtos (arroz, mandioca, soja etc.)

Qual o conteúdo do PGRS?

De acordo com a PNRS, um plano de gerenciamento de resíduos sólidos deve conter:

  • Descrição do empreendimento e da atividade.
  • Diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou administrados na operação, contendo origem, volume, caracterização e passivos ambientais relacionados. 
  • Definição dos processos para a correta identificação e segregação na origem, dos resíduos gerados por área/unidade/setor da empresa.
  • Planejamento detalhado de cada etapa do gerenciamento de resíduos: coleta, separação, acondicionamento interno, transporte interno e destinação final.
  • Detalhamento e fluxograma dos procedimentos operacionais relativos ao gerenciamento de resíduos sólidos e definição dos responsáveis de cada etapa do gerenciamento de resíduos sólidos – o PGRS deve ter um responsável técnico, devidamente registrado no Conselho Profissional.
  • Comprovantes de treinamentos necessários para o cumprimento das etapas do PGRS.
  • Contratos com empresas terceiras que atuem no processo (quando aplicável).
  • Plano de contingência que especifique ações preventivas e corretivas para o controle e a redução de danos ao meio ambiente e/ou ao patrimônio da organização. Também deve mapear, quantificar o risco e estabelecer critérios de tratativa para situações anormais.
  • Estabelecimento de metas e procedimentos relacionados ao processo.
  • Periodicidade de revisão do PGRS e da vigência da licença ambiental, de acordo com órgão competente na localidade e/ou para o tipo de atividade.

Por onde começar o PGRS?

A elaboração de um diagnóstico é o primeiro passo para a elaboração de um PGRS adequado à realidade da operação e com potencial efetivo de otimização dos processos internos relacionados à gestão. O objetivo desta etapa é caracterizar o perfil dos resíduos da empresa, seu potencial de rentabilidade de reciclagem, custos operacionais com a destinação final para os aterros sanitários. A partir daí, é possível implantar as oportunidades de melhoria no processo e subsidiar a criação de um plano de gestão de resíduos que garanta a destinação correta, seja para uma indústria de reciclagem, doação e incentivo para as cooperativas regionais de catadores de resíduos ou com uso de tecnologias para processamento in-loco.

O diagnóstico é a primeira etapa em nossa metodologia de trabalho com empresas e o processo de elaboração percorre os seguintes estágios:

  • Mapeamento das fontes de geração de resíduos na empresa – classificação e identificação.
  • Identificação dos fluxos internos e externos de manejo de resíduos sólidos.
  • Estudo de gravimetria, para caracterizar o volume, o tipo e o peso dos resíduos gerados na empresa.
  • Documentação e atendimento a requisitos legais.
  • Mapeamento de equipamentos para acondicionamento, armazenamento e destinação final dos resíduos sólidos.

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Uso da tecnologia no PGRS

A adoção de tecnologia para processamento in-loco de resíduos orgânicos, como o Biodigestor, por exemplo, traz eficiência no descarte ao eliminar a necessidade de câmara fria, além de substituir lixeiras e sacos de lixo por bombonas ou cubas reutilizáveis para descartar o resíduo direto no equipamento.

A partir de tecnologia biomecânica e 100% natural, o Biodigestor ECO-PRO simplifica o descarte de resíduos alimentares com automação, sustentabilidade e rastreabilidade, tornando os processos mais limpos, transparentes e eficientes.

Os resíduos processados se transformam em um único subproduto, um efluente líquido e rico em nutrientes direcionados automaticamente para o sistema de drenagem conectado à rede de esgotos, ou a estações de tratamento para geração de água de reuso. Com isso, evita a geração de gases de efeito estufa que seriam gerados no transporte e nos aterros sanitários.

O Biodigestor ECO-PRO traz maior transparência e inteligência por meio de tecnologia que garante conhecer a procedência dos descartes. Com inteligência embarcada para operação autônoma, pesagem automática e monitoramento remoto, é possível gerar relatórios personalizados sobre os descartes realizados em tempo real, e promover ações efetivas para que o alimento não vire resíduo.

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