Documentário ‘The Story of Plastic’: “O futuro do plástico é na lata de lixo?”

A resenha do Eco Circuito sobre o documentário ‘The Story of Plastic’: “O futuro do plástico é na lata de lixo?” e também alguns dados sobre a ameaça do plástico para a vida humana na terra.

Superprodução perturbadora sobre a história do plástico e como ele está sufocando nossos ecossistemas.

Você sabia que metade do plástico que existe no planeta foi produzido nos últimos 15 anos, e que mais de 90% não é reciclado? Essa é a espinha dorsal da narrativa do documentário The Story of Plastic (EUA, 2019), dirigido por Deia Schlosberg e Roman Keller. 

O filme, cujos direitos de exibição para 134 países foram adquiridos pelo Discovery Channel, lança um olhar abrangente sobre a crise de poluição plástica causada pelo homem e o efeito que ela causa na saúde do planeta e, consequentemente, das pessoas que o habitam. 

Cobrindo três continentes, o longa ilustra a catástrofe em andamento: campos, rios e mares entupidos com 8 milhões de toneladas de plásticos a cada ano, e céus sufocados pelas emissões venenosas causadas pela produção e processamento de plásticos. 

Trailer de The Story of Plastic

Com animações originais envolventes, imagens de arquivos guardadas desde a década de 1930 e relatos em primeira pessoa, The Story of Plastic tem 95 minutos de duração.

Confira o trailer: 

https://youtu.be/37PDwW0c1so

Principais temas abordados em The Story of Plastic

Confira, a seguir, alguns highlights do filme e também uma contextualização do tamanho deste problema para o mundo!

Linha do tempo

O documentário apresenta uma linha do tempo coesa de como chegamos à nossa atual crise global de poluição plástica. Mostra como a indústria de petróleo e gás manipulou com sucesso a narrativa em torno do plástico, contando com inúmeros subsídios, evidentemente sem assumir a responsabilidade de destinação correta.

Depois da Segunda Guerra Mundial, o plástico foi promovido como avanço tecnológico da indústria química, movimento liderado por multinacionais. Dupont, Exxon, Dow Chemical, entre outras, promoveram sua aplicabilidade em equipamentos hospitalares, distribuição de alimentos, itens de segurança, transporte, etc. 

Basicamente, por ser um item barato e durável, é praticamente impossível pensar o atual sistema econômico sem o plástico.

A problemática

No entanto, devido à abundância e baixo custo, o “throw-away plastic”, ou plástico de uso único, se tornou um grande problema: produção e descarte geraram uma bola de neve com consequências desastrosas para a vida no planeta.

A maior parte dos produtos plásticos dificulta, ou torna impraticável, o processo de reciclagem devido à estrutura multi-camadas, misturadas com outros materiais (por exemplo, embalagens tetrapak).

Diferente do alumínio, que pode ser reciclado sem perder sua qualidade, o plástico sofre do que se convencionou chamar de “downcycling” — em cada processo de reciclagem o plástico reduz sua qualidade e valor, e eventualmente chega ao seu último uso; é o caso das sacolas plásticas. 

“The future of plastics is in the trash can“. Essa declaração, feita nos anos 50 pelo editor da revista Modern Packaging, Lloyd Stouffer, foi bastante útil para a não responsabilização da indústria. Ele declarou que a indústria deveria “parar de pensar sobre embalagens reutilizáveis e se concentrar em descartáveis de uso único”.

Agravante

O documentário também mostra como a China baniu o recebimento de plástico vindo prioritariamente dos EUA e Europa. 

No entanto, a consequência dessa iniciativa foi o envio desses materiais para países como Filipinas, Vietnã e Malásia, absolutamente sem estrutura para lidar com esses materiais. 

Os resultados negativos disso no meio ambiente e na sociedade dessas nações mais pobres são alarmantes.

Responsabilidade compartilhada?

O filme também conta o caso da Índia, onde o movimento #BreakFreeFromPlastic realizou um “brand audit” em resíduos municipais, para identificar empresas responsáveis pelo volume descartado, pelas marcas, para que sejam cobrados a apoiar iniciativas de logística reversa e zero waste.

Grandes marcas foram identificadas como responsáveis pela produção de plástico acumulado em países sem a infraestrutura para reciclagem e reaproveitamento dos materiais.

Destaque para a declaração de Delphine Alvarez, uma ativista que critica atuação de multinacionais como Procter & Gamble, Unilever, Coca-Cola pela falta de consistência no uso de embalagens em diferentes países. 

Ela reivindica coerência nas atitudes das companhias, que não condizem com seus discursos ou suas atuações em diferentes lugares:

“Isso é o que você está fazendo aqui, mas não é o que você está fazendo em todo o mundo; e, se quiser ser confiável, terá que alinhar suas ações com o que está dizendo, em todos os lugares”.

Investimentos desproporcionais

Multinacionais como Chevron, BASF, Braskem, Shell, Procter & Gamble, PepsiCo, entre outras, se comprometeram a investir 1,5 bilhão de dólares para ajudar resolver esse problema. Em contrapartida — em total falta de coerência — mais de 204 bilhões de dólares serão investidos em novas plantas petroquímicas.

Basicamente, o documentário reivindica maior responsabilização das indústrias produtoras de plástico, políticas públicas que responsabilizam os atores desta cadeia e estruturam sistemas que garantam que essas embalagens não sejam perdidas em nossos ecossistemas, a exemplo do que já acontece na Bélgica onde as embalagens recicláveis têm uma taxa para logística reversa. 

*Dados de 2018 das Nações Unidas. Fonte: NS Packaging.

É mostrado também o exemplo da Índia, onde as pessoas reaproveitam naturalmente as coisas, nada é jogado fora. Não é uma sociedade descartável porque, para começar, não é uma sociedade de consumo. “[No entanto, ano a ano] o senso de cuidado, de respeito pelos materiais está indo embora, e isso é uma perda terrível”, declara um dos entrevistados.

A maior parte do plástico que polui nosso planeta é usada apenas uma vez e dura para sempre!

Conheça o site oficial da produção e o movimento global que está crescendo.

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